Na última sexta (6), a banda Fulgaz realizou o lançamento da música “Copo de Gin”. O evento, que aconteceu no Distrital, contou com a abertura da banda Noema e a participação dos DJ’s Crase, AZV, Sofia Guima e Moretz.
O show da banda contou com músicas autorais e versões de canções de outros artistas, como foi o caso de “Por Supuesto” e “Saideira”, marcantes músicas da cena mineira, da qual a Fulgaz é percussora.
Durante o evento, a banda cedeu ao Palco Pop uma entrevista sobre o lançamento, a relação da banda com a cena musical belorizontina e planos futuros. Confira:
Palco Pop: Contem um pouco sobre a banda de vocês e a música que está sendo lançada hoje.
Fulgaz: Começamos em 2016, quando éramos bem novos. A gente tocava na escola alguns rocks e aí a banda foi crescendo. Nossa banda chamava Poison Gás, então trocamos de nome e entraram algumas músicas autorais que fazemos já tem um tempo. Sobre a “Copo de Gin”, é um lançamento que dá sequência à essa fase nova nossa, e estamos curtindo muito esse lançamento.
PP: Belo Horizonte tem sido um foco da música ultimamente, sendo uma das cenas musicais jovens mais emergentes do país. Vocês são ainda mais jovens que boa parte dos artistas que compõem essa cena. Qual é o sentimento de vocês ao representar essa faixa etária nesse contexto?
F: É algo muito foda, porque talvez nós tenhamos “puxado o carro” em relação à galera da nossa idade, mas a gente vê hoje em dia muita gente, inclusive projetos de amigos nossos, e todos com muito potencial. É muito gostoso ver esse crescimento e ver os olhos se voltarem para BH, ver a cena crescendo e fazer parte disso. Poder fazer uma festa como essa aqui no Distrital, conseguir encher a casa, é algo muito especial.
PP: Vocês são artistas independentes. Dentro de um cenário extremamente globalizado e que o capital cultural ainda dita o que recebe destaque no âmbito da m´´usica, como é para vocês ser uma banda independente? O que é necessário para crescer no meio artístico em meio a esses desafios?
F: É uma sensação de desbravamento. Há pouquíssimos incentivos pra artistas independentes seguirem em frente e conseguirem reconhecimento. Nós vamos na cara e na coragem, realmente gostaríamos de estarmos vinculados a um selo, mas é algo que gostamos pelas liberdades e pontos positivos de estar independente.
PP: Como tem sido a recepção de BH em relação à banda de vocês?
F: Apesar de BH ser ligeiramente exigente, não é tudo que faz sucesso, os nichos são bem receptivos. Nossos amigos vão nos shows, conseguimos chamar uma galera que a gente curte nos shows. Temos a sensação que em Belo Horizonte a gente começa consolidando uma rede de apoio. É uma cidade bem acolhedora nesse sentido, tem um pessoal que vai em todo show e isso é muito bom.
PP: Vocês se conheceram e começaram a tocar na escola. A escola de vocês incentivava a cultura e a arte? Qual a importância desse incentivo em meio a um cenário nacional de desmonte da cultura e vulgarização do trabalho artístico?
F: Nossa escola incentivava. Era uma escola que tinha palco, grupo de teatro, grupo de dança… Sempre tínhamos espaço para tocar as músicas no recreio, nos festivais que tinham no colégio. Então havia esse espaço, que é fundamental. É curioso que essa entrevista está sendo gravada no mesmo dia que o presidente vetou a segunda versão da Lei Aldir Blanc, o que é muito triste e indica o momento difícil que a cultura no nosso país está passando. Ainda mais porque se trata de um país que produz muita arte e em que a cultura é fundamental para a formação do nosso povo, e infelizmente não são valorizadas. Principalmente durante a pandemia, muitos produtores de eventos não conseguiram se sustentar, muitas bandas tiveram que acabar… é um cenário horroroso para a cultura brasileira o que a gente está vivendo. Nós, como artistas que estamos resistindo e conseguindo manter o trabalho, temos o papel de não parar.
PP: Nesse cenário pós pandemia, com o lançamento da nova música, quais são os próximos planos de vocês?
F: Nossos próximos planos são continuar lançando música, consolidar e expandir nossa base de fãs, tocar em mais eventos em BH e fora da cidade também… A ideia é ir expandindo aos poucos nosso projeto.