Decisão de proibir manifestações políticas no Lollapalooza é anulada - Palco Pop
Entretenimento | Publicado por Júlia Sorge em 30 de março de 2022.
Decisão de proibir manifestações políticas no Lollapalooza é anulada

O artista que descumprisse a ordem teria que
pagar multa de R$50.000 por fala.

Nesta segunda-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro e seu partido PL retiraram o processo apresentado ao PSE contra as manifestações políticas no festival Lollapalooza Brasil.

O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, levaria a decisão para outros ministros do TSE, podendo ter o veto questionado e/ou revogado. Por isso, a decisão do presidente foi uma forma de não prolongar ainda mais a situação.

Segundo o PL, houve crime de propaganda eleitoral antecipada durante o show da Pabllo Vittar e Marina em apoio ao ex-presidente Lula. Isso porque, a cantora levantou uma bandeira com o rosto de Lula ao final de sua apresentação.

Decisão do TSE é revogada e manifestações políticas continuam.

Eis porque a manifestação política em mais de um show, uma em absoluto desabono ao pré-candidato Jair Bolsonaro e outra em escancarada propaganda antecipada em favor de Luiz Inácio. Negativa e antecipada além de promoverem verdadeiro showmício, sendo indiferente se o evento foi custeado pelo candidato ou se o mesmo esteve presente no ato“. Esse é um trecho retirado do documento compartilhado pelo PL.

No entanto, depois do veto, dentro e fora do evento começaram a confrontar a situação. Os casos de manifestações políticas aumentaram não só no festival como nas redes sociais não se falava sobre outro assunto.

Os protestos causados pela decisão do TSE

Críticas ao presidente Jair Bolsonaro foram frequentes no festival pelos cantores, mas também pelo público. Além disso, muitos artistas brasileiros falaram inclusive sobre o prazo e importância de tirar o título de eleitor, principalmente para os jovens entre 16 e 17 anos.

O ministro estipulou multa de R$ 50 mil para o festival para cada vez que desobedecessem a decisão. Na prática, a ordem do TSE só aumentaram as manifestações políticas.

A começar por Fresno, mostrando a frase “Fora Bolsonaro” no telão durante o show. Lulu Santos gritou “censura nunca mais“. Jão disse que “Fora Bolsonaro” era a música mais linda do festival.

O rapper mineiro Djonga ao cantar o trecho “fogo nos racistas” também se posicionou sobre o assunto.

Dedo do meio pro alto, pensa em uma pessoa que vocês odeiam”, pediu no início. “Não pode falar, não? Então, vamo falar, que eu gosto de desobedecer“, provocou o artista.

Depois do coro contra o presidente no final do show, a cantora Gloria Groove comentou:

Hoje à tarde antes de vir para cá eu me peguei pensando o seguinte: será que a gente voltou no tempo, será que é isso que está acontecendo, será que eles querem calar a gente? Censura em 2022 é o c***, fora Bolsonaro.”, mostrando o número 13 em sua roupa.

Famosos se prontificam a ajudar com valor de multa

Além disso, muitos artistas usaram suas redes sociais para confrontar a situação. Anitta, por exemplo, chegou a se prontificar para pagar a multa de todos que descumprirem a ordem.

A gente não quer voltar para a estaca zero não, pelo amor de Deus, tá? E eu vou lutar com todas as minhas armas“, disse Anitta.

Da mesma forma, o influenciador digital Felipe Neto se colocou disponível a ajudar: “Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispõe a ajudá-los com a defesa. Se alguém for condenado e precisar, eu ajudo a pagar essa multa ilegal“.

Anulada!

Em conclusão, a ordem de proibição de manifestações contra o governo no festival foi um tiro no próprio pé e acabou sendo revogada.

De acordo com um ministro próximo de Bolsonaro, a ação do PL foi considerada um desastre, já que o presidente não poderia mais sustentar o discurso que faz de liberdade total de expressão caso apoiasse a proibição de críticas de artistas ao governo”, escreveu a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna.

O festival terminou. Mas o prazo de emissão e regularização do título de eleitor não! Não deixe para última hora.

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