Na última sexta-feira (05/11), a cantora Marília Mendonça faleceu em um acidente de avião, que seguia rumo para Caratinga, onde a artista cumpriria a agenda de shows.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) divulgou nota confirmando que o avião bimotor atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa. A aeronave transportava 5 pessoas e nenhuma delas sobreviveu ao acidente.
Toda a equipe do Palco POP presta sinceros sentimentos e solidariedade ao familiares e entes queridos de Marília Mendonça, do piloto Geraldo Medeiros Júnior, do copiloto Tarciso Viana, do produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho.
Se despedir de Marília é como se despedir de uma amiga
Leonina nascida em 22 de julho de 1995, no município Goiano de Cristianópolis, Marília Dias Mendonça teve seu primeiro contato com a música através da igreja e começou a compor quando tinha 12 anos ao ganhar um violão do avô.
Desde então, ela começou a calcar a carreira profissional como compositora e canção “Minha Herança”, interpretada por João Neto & Frederico foi seu primeiro grande sucesso. Desde então assinou fenômenos como “Muito Gelo, Pouco Whisky” (Wesley Safadão), “Ser Humano ou um Anjo” (Matheus & Kauan), “Calma” (Jorge & Mateus) e “É Com Ela Que Eu Estou” (Cristiano Araújo).
“Até Você Voltar”, “Cuida Bem Dela”, “Flor e o Beija-Flor” também assinadas pela cantora, alavancaram a carreira da dupla Henrique e Juliano, de quem ela se tornou muito amiga.
O lançamento oficial como cantora, aconteceu em janeiro de 2014, através do seu primeiro EP homônimo.
“Infiel” foi um dos primeiros hits de Marília e se tornou a segunda canção mais executada nas rádios do Brasil naquele ano, fazendo a Mendonça ganhar reconhecimento nacional.
Desde então Marília Mendonça transformou a música sertaneja brasileira. Ela foi a pioneira a falar sobre empoderamento feminino e liberdade das mulheres, abriu portas grandiosas a voz feminina no meio universitário.
Uma feminsta da vida real, que por diversas vezes rejeitou o rótulo e demonstrou com a atitudes tudo aquilo que o movimento almeja. A mãe do Leo, como ela se intitulava, fez parcerias nos mais diversos gêneros musicais brasileiros, Anitta, Xamã e Péricles foram apenas alguns de seus companheiros de palco.
Mas foi juntamente à dupla Maiara e Maraísa, que ela emplacou sua maior parceria, o projeto das Patroas. Ele que foi sonhado desde 2015, quando as três vozes do “feminejo” se conheceram e se tornaram grandes amigas, se tornou simbolo de liberdade. Em que mulheres, jovens, talentosas e bem sucedidas se mostraram a frente de um gênero musical até então masculino em um meio machista. Tudo isso foi feito com base na vida como ela é, em mulheres se descobrem livres, se unem, bebem, falam o que dá na telha e arrancam risadas entre sí e do público.
Se despedir de Marília é como se despedir de uma amiga. É eternizar no carinho e na inspiração a voz que também deu voz. Que tantas vezes abraçou, divertiu e foi coroada a Rainha da sofrência por seu público. A música brasileira acaba de sofrer o impacto de uma de suas maiores perdas, mas também ganhar uma das maiores inpirações.
Obrigada por tanto, Marília! Descanse em paz.