Conheça os artistas baianos que estão quebrando tudo no mundo da música - Palco Pop
Música | Publicado por Karine Monteiro em 19 de agosto de 2019.
Conheça os artistas baianos que estão quebrando tudo no mundo da música

O novo cenário musical que tem revelado novos artistas baianos.

Por um bom tempo, quando citava o cenário musical baiano, o axé era protagonista da conversa. Entretanto, o declínio do gênero musical nos últimos anos, abriu espaço para que surgisse uma nova geração de artistas baianos, que vão do pop soul de Kafé ao rap de Baco Exu do Blues.

Conheça cinco artistas baianos que estão agitando o cenário musical brasileiro.

Kafé

Kafé

Kafé é a revelação do pop soul e R&B.

Kafé é a mais nova revelação do R&B pop brasileiro e um dos artistas baianos queridinhos dos cantores consagrados, como Iza e Glória Groove. Kafé iniciou a sua carreira em 2015 com o lançamento do seu primeiro EP, em que se destacaram os singles “Pra Você Lembrar” e “Doce Ilusão”, em parceria com A Banca 021.

O single “A Lei”, em parceria com o produtor Neguim, foi o primeiro passo para o seu primeiro álbum. A produção contou com a participação de grandes produtores, como Sants (Baco Exu do Blues, Linn da Quebrada), Maffalda (Pablo Vittar, Anitta, Major Lazer), Deryck Cabrera (Criolo, Don L), Carlos do Complexo (A Banca 021), Jim (BA), Blaklist (SP) e Hugo Macedo.

Em 2018, ele lançou o single “Chama” em parceria com a cantora drag queen Glória Groove, um trabalho que traz influências do R&B, do trap e do funk. Em janeiro deste ano, Kafé foi anunciado como um dos 20 artistas apostas do YouTube Music, que criou a lista a partir de informações como volume de streaming na plataforma, visualizações no YouTube, tendências de buscas no Google e discussões nas redes sociais.

Neste ano, o cantor, compositor, dançarino, produtor musical e audiovisual, lançou o EP De Salvador Pro Mundo em parceria com ÀTTØØXXÁ. Com uma série de singles planejados para 2019, Kafé é um artista para ficarmos de olho este ano, porque ele promete fazer muito mais sucesso.

ÀTTØØXXÁ

ÀTTØØXXÁ e o hit do carnaval 2018, "Popa da Bunda".

ÀTTØØXXÁ banda baiana dona do hit de carnaval 2018, “Popa da Bunda”.

A banda ÀTTØØXXÁ é um dos grandes nomes da música baiana atualmente e dona do hit de carnaval 2018 “Elas Gostam”, mais conhecido como “Popa da Bunda”, em parceria com Psirico. O grupo formado por Rafa Dias (DJ), Oz (vocal e baterista), Raoni Knalha (vocal) e Chibatinha (guitarrista) surgiu há três anos e mistura em suas composições o arrocha com pagode e música eletrônica. O grupo destaca-se no cenário do próprio estado com o seu pop music, criado a partir de muita pesquisa, profundidade e frequência da música eletrônica.

Em 2018 o grupo lançou o EP Tá Batenu, que veio com o toque de espetáculo ao investir em neon e outros elementos não diretamente ligados à música e que compõe o universo pop. No mesmo ano, lançaram o seu segundo disco LUVBOX, com um clima de romance e pôr do sol, sem se afastar do “pagodão” que é uma das bases da banda.

Neste ano, três singles marcaram a carreira de ÀTTØØXXÁ, vindos da parceria com o pernambucano Mc Tocha e com o produtor musical carioca OMULU, batizados de “Chora Viola”, “Molinho” e “Vai Ferver”.

Xênia

Xenia, cantora baiana

Xênia em Colors, projeto que promove novos artistas em todo o mundo.

Xênia é uma cantora baiana que encantou o mundo com o seu primeiro disco solo, lançado em 2017 e com título homônimo. O seu álbum de estreia e a canção “Pra que me chamas?” foram indicados ao Latin Grammy 2018, tornando-se a faixa mais conhecida do público com o videoclipe dirigido por Fred Ouro Preto. No mesmo ano, foi indicada ao Women Music Award 2018 nas categorias Melhor Videoclipe e também Melhor Show.

Assim como os artistas anteriores, Xênia está inserida em um cenário artístico de resgate e propagação da cultura Afro-Brasileira. Porém, com o peso de ter se transformado em uma referência de empoderamento e comportamento feminino, principalmente para as mulheres negras. O seu som tem uma pegada de pop com toques de eletrônica, jazz, samba-reggae, rock e R&B.

Além disso, 2019 promete ser o ano de Xênia. Em fevereiro ela foi capa da revista Marie Claire e em março, se apresentou no festival americano SXSW. Se não bastasse, a cantora foi a primeira brasileira a participar da plataforma Colors, projeto que promove novos artistas de diferentes gêneros musicais em todo o mundo. Em setembro, ela sobe ao palco Sunset do Rock in Rio para fazer um duo com o cantor inglês Seal.

Baco Exu do Blues

Baco Exu do Blues, rapper baiano ganhou um Gran Prix no Festival Cannes Lion

Baco Exu do Blues é um dos nomes promissores da Bahia.

É impossível você não ter lido o nome Baco Exu do Blues em algum lugar da Internet. O rapper baiano ganhou todos os holofotes ao ser o vencedor do Gran Prix do Festival Cannes Lions, um dos mais importantes do mercado publicitário, com o curta-metragem Bluesman, superando Beyoncé e Jay-Z com “Apeshit” e Childish Gambino com “This is America”.

Bluesman é o segundo álbum do rapper, tendo sido lançado apenas nas plataformas digitais e se transformado em um produto audiovisual, com o curta de oito minutos que conquistou o maior prêmio do festival.

Mas a história do artista vem muito antes da produção. Baco Exu do Blues é o nome artístico de Diogo Moncorvo, sendo a fusão de Baco (o deus romano do vinho e dos excessos), Exu (o mensageiro dos orixás) e Blues, o “primeiro ritmo a formar pretos ricos”.

O rapper surgiu para o grande público em 2016, com a canção “Sulicídio” e o seu maior sucesso é a canção “Te Amo Desgraça”, faixa do primeiro disco do artista, intitulado Esú (2017). Em suas canções, Baco traz questões que ninguém quer discutir, como o racismo e depressão. Não é atoa que o prêmio veio de um trabalho que retrata a vida de um jovem negro da periferia. Então, guardem bem esse nome, pois vocês ainda irão ouvir falar muito de Baco Exu do Blues.

Luedji Luna

Luedji Luna

Luedji Luna, nome de rainha e uma das vozes mais promissoras da Bahia.

Luedji até parece nome artístico, mas é como a cantora baiana foi registrada pelos pais, que são de uma militância negra. Luedji é o nome da primeira rainha africana de etnia Lunda. Já Luna foi adotado para o seu nome artístico e veio das leituras da artista ao redor de livros wicca, religão pagã associada à bruxaria.  

Apaixonada por música desde a infância, a artista largou tudo em Salvador e se mudou para São Paulo. Um ano depois, gravou o seu primeiro clipe, “Corpo no Mundo”, em que reflete sobre ancestralidade, destino e racismo com uma mistura de jazz e ritmos brasileiros.

Em 2017, graças ao sucesso de “Corpo no Mundo”, Luedji gravou o seu disco de estreia com mesmo nome. E começou a levar diversos prêmios para casa, como Bravo!, Caymmi de Música e o Prêmio Nacional de Expressões Afro-brasileiras, concorrendo também no Women’s Music Event 2018, na categoria de Melhor Álbum e Cantora.

Se um disco maravilhoso é pouco para você, se prepare porque ano que vem tem álbum chegando. No projeto para 2020, Luedji quer cantar sobre afeto e a experiência do amor para mulheres negras. Já queremos muito ouvir o próximo trabalho.

E aí, você já conhecia os novos artistas baianos? Conta pra gente nos comentários.

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