Conhecer bandas novas ou mesmo um artista solo, que realmente nos faça ficar envoltos em suas histórias, pode ser uma tarefa difícil em meio a tantas informações. Porém, estamos aqui para te ajudar nessa missão! Toda semana apresentaremos a vocês diferentes artistas do cenário independente que assim como nós vocês precisam ouvir. Hoje vamos falar do rock eletrizante da banda Electric Mob.
O rock and roll surgiu no final da década de 40, nos Estados Unidos, e rapidamente se espalhou para todo o mundo. Entretanto, devido as diferenças e peculiaridades de cada banda, uma infinidade de rótulos começou a surgir fazendo com que diversos subgêneros, advindos do rock, fossem criados.
Punk, heavy metal, progressivo, hard rock, grunge, indie, psicodélico e alternativo são alguns dos subgêneros do rock ‘n’ roll que se tornaram populares. Bandas como Sex Pistols, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Beatles, AC/DC, Nirvana, e Artic Monkeys foram responsáveis por inovar e desenvolver uma cena dentro dos subgêneros citados.
Mas seria possível quebrar todos esses rótulos unindo-os em apenas um?
A banda Electric Mob prova que sim, e em sua biografia questionam “em meio a tanto rock de qualidade desenvolvido nas últimas décadas, por que não juntar tudo?”
Aos fãs de Scalene, Royal Blood e Audioslave, Electric Mob era a banda que lhe faltava.
Assista ao clipe de “Need To Rush”:
A banda, que nasceu em 2016, em Curitiba, capital do Paraná, é formada por Renan Zonta (vocal), Ben Hur (guitarra), Yuri Elero (baixo), e André Leister (bateria).
Com menos de dois anos desde de sua formação a Eletric Mob já possui um EP, três videoclipes lançados pela VEVO e está entre os destaques da plataforma Bee My Ears.
O Começo
André: “Minha mãe tocava piano e me incentivou. Primeiro violão, não deu certo. Fui migrando pra bateria aos poucos. Começamos com cover e naturalmente fomos compondo e mostrando nossas próprias ideias.”
Ben Hur: “Fiz aulas de violão quando era bem pequeno por livre e espontânea pressão dos meus pais e não gostei. Na época não tinha interesse por música. Tudo mudou quando comecei a ouvir rock na pré adolescência. Depois disso aprendi a tocar guitarra sozinho e nunca mais parei.”
Yuri: “Foi meio clichê, com um violão jogado na casa de um tio, hahaha! Bati nas cordas de qualquer jeito e o som que saiu foi muito legal, então eu sabia que eu queria aprender música ali. Passei por muitas fases e bandas, de hardcore a new metal. Electric Mob surgiu e eu percebi que a “única coisa” que eu precisava durante esses 13 anos era de 4 músicos bons, hahaha.”
Renan: “Meu primeiro contato com música foi com os discos de metal do meu pai. Desde Motörhead e Judas Priest até Slayer e Metallica. Dali veio a paixão pela guitarra, por KISS e por Iron Maiden. Fui guitarrista, baterista e me encontrei como cantor. Toda a experiência trabalhando na noite culminou no encontro com outros três músicos que queriam uma banda de rock profissional e as primeiras composições vieram naturalmente.”
Como foi a reação das famílias quando vocês decidiram seguir a carreira musical?
Ben Hur: “Nunca desencorajaram, mas no começo sempre incentivaram mais o foco na faculdade do que na música. Hoje, com a banda tendo tomado um rumo e dando resultado, acredito que tenham ficado mais tranquilos e confiantes, o que fez aumentar o apoio por parte deles. Quanto ao trabalho, tenho orgulho de falar que “não trabalho, só toco”, hahaha.”
André: “No começo ficaram “cabreiros”, mas hoje aceitam melhor.”
Yuri: “Foi de total apoio desde o começo, nos instrumentos dados como presente, no momento que se tornou profissão e até hoje. Todos, sempre que podem, vão aos shows. O trabalho com a música é 7 dias por semana, mesmo quando o Electric Mob não tem compromissos; alguns trabalhos por fora mas 100% do tempo com música.”
Renan: “A família sempre apoiou. Desde o início, onde era só diversão dentro da garagem, até o momento que a coisa se profissionalizou. Acho que, no fundo, eles sabiam que, independente do caminho que eu tomasse, acabaria em música. Cursei Direito, cheguei bem perto de me formar, mas a música sempre falou mais alto. Comuniquei à família que ia trancar o curso, arrumar minha mala e me mudar de Cascavel, interior do Paraná, pra Curitiba. Eles não se assustaram (porque sabiam que era o que eu realmente queria), me abraçaram e o apoio segue até hoje. É motivo de orgulho dizer que vivo integralmente de música, há dez anos. É uma batalha, mas todo o esforço vale a pena quando chega a hora do show e a galera canta junto.”
Sempre levando o rock ‘n’ roll através da eloquência de sua voz, Renan Zonta participou do programa SuperStar, em 2015, com a banda Supercrow e, em 2016, participou da 5° temporada do The Voice Brasil. O jovem, que na época tinha 22 anos, interpretou a canção “Hightway to Hell” da banda AC/DC e fez com que todos os jurados virassem a cadeira. Renan não foi o campeão da edição, mas chegou à terceira fase do programa.
No início da carreira, vocês tinham algum estilo definido ou se preocupavam em desenvolver músicas para um determinado público?
“Nunca conversamos sobre estilo, temática ou nicho. A gente costuma falar que somos uma banda de rock. Simples assim. Esse lance de se rotular coloca a gente num cabresto, nos inibe, nos prende. Na brincadeira, poderíamos nos rotular de Hard Grunge Stoner, mas de que vale? O importante é fazer rock, pra quem quer ouvir rock.”
Hoje em dia, qual é o público-alvo e qual o diferencial no mercado?
“Público alvo é todo mundo que curte rock e aqueles que falam que o rock morreu. Estamos aqui pra provar o contrário. Além dos shows e energia no palco, vemos as influências distintas da banda como um diferencial. Agregamos toda a história do rock, sem preconceitos e de forma natural. O público que mais consome o nosso estilo gira entre os 18 e 27 anos, pela nova maneira que o mercado tem se comportado digitalmente. Mas, ao mesmo tempo, tem uma galera mais velha que nos conhece através dos shows e se identifica pelo fato de trazermos vários elementos do “rock raiz”, e isso é ótimo! O lance é esse, identificação. A gente não faz música pra uma determinada faixa de público, especificamente. Se tem 15 ou 80 anos, vai ser bem-vindo e vai bater cabeça do mesmo jeito, hahaha!”
Se preocupar com a estética ou deixar fluir?
“Temos quatro compositores na banda, e os quatro têm influências bem distintas. Então, num primeiro momento, sempre deixamos as ideias fluírem pra ver com o que de diferente cada um pode contribuir. Daí sai hard rock, punk, metal, blues, stoner… A gente junta o material, afunila as composições e define o rumo do próximo trabalho. É uma loucura, mas a gente se orgulha de fazer funcionar, hahaha!”
Em 2017, com apenas um ano desde sua criação, a banda paranaense lançou seu primeiro trabalho autoral, intitulado “Leave a Scar”. O EP contém 4 faixas que foram totalmente produzidas pelos próprios integrantes.
A primeira faixa do EP, “Black Tide”, é o verdadeiro rock ‘n’ roll e representa bem a característica eletrizante da banda. Com distorções, riffs e muito groove se torna impossível ouvir apenas uma vez. A música “Until the Sun”, última faixa do EP, tem suas estrofes cantadas em cima de um compasso ímpar, pouco convencional, mas que soou totalmente natural dentro da canção.
As principais influências
“Cada um tem uma escola que acaba agregando ao produto final, mas, com certeza, os medalhões são os que nos convergem. Led Zeppelin, Black Sabbath, Alice In Chains, Soundgarden, Red Hot Chili Peppers e Queens of the Stone Age talvez sejam as principais, mas a lista muda toda a semana!”
As influências da nova geração
“De influência mesmo, sonora, seria difícil dizer pelo fato de flertarmos com muita coisa. Logicamente, somos fãs e nos inspiramos em várias, mas isso vai muito além do som. Dá pra falar de Royal Blood, Highly Suspect, Inglorious, Nothing But Thieves, Mastodon, Rival Sons e Crobot, vindos da gringa. Aqui tem Machete Bomb, O Terno, Scalene, Far From Alaska, Ego Kill Talent, Water Rats, Deb and the Mentals, Corona Kings, Mad Monkees, Molho Negro, The Baggios e mais uma penca!”
Qual a opinião de vocês sobre as plataformas digitais, acredita que elas são mesmo tão relevantes?
“Sem dúvida! Com essa parada da inclusão digital e das plataformas movimentarem e incentivarem artistas numa quantidade e velocidade brutal, a gente se sente mais à vontade e mais motivado pra investir no underground. A facilidade de conhecer e trocar ideia com uma banda ou artista que vive do outro lado do mundo trouxe ânimo pra muita gente que já tinha desistido antes de começar, levando em consideração o império das grandes gravadoras.”
Além das plataformas, quais são as formas que utiliza para conquistar e fidelizar novos fãs?
“Shows e merchandising, que consideramos a melhor forma de estreitar relações entre o artista e seu público. Se alguém veste sua marca, é porque se identifica e, com certeza indica para outras pessoas, sempre agregando.”
Vocês conseguem atingir um público fora das capitais?
“Sim. A gente praticamente mora na estrada. Apesar da banda ser nova, e de ainda não termos desbravado muito, temos um forte público no Paraná que se estende pela região sul do Brasil. Estamos preparando a próxima pedrada sonora que virá no começo de 2019 e, com esse material, queremos mais quilômetros e mais pessoas ainda.”
O que os fãs podem esperar de vocês nos próximos meses?
“Estamos nas últimas etapas de gravação do nosso próximo EP, que vai conter mais 4 músicas inéditas. Estamos com uma abordagem um pouco diferente do nosso primeiro trabalho, mas quem curtiu o primeiro (Leave A Scar), vai definitivamente curtir esse próximo. Provavelmente em fevereiro já vai ter lançamento de clipe novo e desse EP que estamos fazendo com toda a dedicação do mundo!”
Apesar de pouco tempo desde sua formação, a Electric Mob vem conquistando a cada dia seu espaço. As diferentes influências dos integrantes fazem com que o som se torne único e verdadeiramente eletrizante. Esperamos ansiosos pelos próximos lançamentos.
Que a mistura eletrizante de vocês chegue aos ouvidos do mundo inteiro!
Ouça o EP completo no Spotify.
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