Lado B é uma coluna sobre os bastidores da música, nas entrelinhas. O Lado B do disco, onde ficam as músicas menos conhecidas, mas que podem dizer muito sobre o processo de criação de um projeto.
A música já passou por diversas transformações e formatos: de vinyls, para fitas e depois discos. Com o nascimento da internet nos anos 2000, o formato digital ganhou popularidade em mp3 players, celulares, e na família Apple através do iTunes. Mas as mudanças não pararam por aí: o digital tem dado lugar ao formato stream.
Desde meados de 2012, o Spotify ganha cada vez mais mais popularidade, sendo o pioneiro nessa nova era de reprodução musical. O aplicativo permite um acesso rápido a um catálogo incontável de músicas, álbuns e playlists, por um preço fixo mensal. Depois de seu crescimento, empresas começaram a se atualizar enquanto outras começaram a surgir como Deezer, Google Play, Apple Music, Youtube Red e Tidal investindo no formato stream.
Como todo avanço, alguns problemas surgem. Com o acesso cada vez mais rápido à música, lançar singles se tornou mais vantajoso do que trabalhar em álbuns. Claro que para artistas renomados como Beyoncé, Adele, Madonna e Bruno Mars o problema de lançar álbuns está bem distante.
Mas as gravadoras perceberam que na era de streams, o lançamento de álbuns só se torna lucrativo se o artista tem um bom desempenho com seus singles ou tem muita popularidade. Se não tem, ou se espera o momento certo, ou lança canções até uma delas se tornar um hit. Isso acabou sobrando para artistas iniciantes ou para aqueles que perderam os holofotes.
Vamos ver alguns exemplos.
Noah Cyrus é nova no mercado da música e lançou sua primeira música “Make Me (Cry)” há quase dois anos.
Você achou que ser filha do rei do country Billy Ray Cyrus e irmã de MileyCyrus fosse garantir um álbum logo de primeira não é? Pois não foi o que aconteceu. Noah já lançou seis canções depois de seu primeiro single e não há previsão do álbum “NC-17” ser lançado pois nenhum deles teve o desempenho esperado, mesmo depois da divulgação massiva de “Make Me (Cry)”.
Bebe Rexha é outro exemplo melhor (pior?). Bebe ganhou destaque na faixa “Me, Myself & I” do rapper G-Eazy e lançou “No Broken Hearts” com Nicki Minaj! As duas músicas fizeram grande sucesso no fim de 2016, mas não foi o suficiente para conseguir lançar “All Your Fault“, seu primeiro álbum, mesmo com o hino “I Got You“.
Bebe lançou seu primeiro disco no formato de 2 EPs (álbuns curtos) e apenas com o sucesso de “Mean To Be” garantiu o lançamento do álbum “Expectations” para junho. Que luta heim? Vamos para mais um péssimo exemplo.
Rita Ora estava com a carreira a todo vapor depois do lançamento de “ORA“, seu primeiro álbum. O segundo álbum foi produzido por Calvin Harris, namorado de Rita na época, então o relacionamento deles terminou. Calvin proibiu a cantora de lançar seu álbum e tudo foi por água abaixo! O cara ainda proibiu a ex de tocar em “I Will Never Let You Down“, que era um sucesso na época.
Rita tentou recomeçar, e muito. “Poison” e “Body on Me” foram lançadas e deixadas pra trás. Dois anos depois, em uma nova gravadora, finalmente conseguiu emplacar “Your Song” e “Anywhere” mas… Ainda não há previsão de álbum! As músicas foram sucesso nas paradas mas não foram o esperado em streams depois de tantas divulgações. Recentemente lançou “Girls” e esperamos muito que seu álbum ganhe a luz agora!
Tá, mas como podemos contribuir pra que mais álbuns sejam lançados? Ouvi-los de trás pra frente quando forem lançados. Dar atenção apenas para os singles trás adiamentos cada vez maiores de discos que esperamos tanto!
Qual álbum vocês também não aguentam mais esperar? Conta pra gente!