As Bandas Que Ouvi Por Aí: A música intensa e autobiográfica de Marcelo Maderah - Palco Pop
Colunas | Publicado por Beatriz Carlos em 27 de abril de 2018.
As Bandas Que Ouvi Por Aí: A música intensa e autobiográfica de Marcelo Maderah

Conhecer bandas novas ou mesmo um artista solo, que realmente nos faça ficar envoltos em suas histórias, pode ser uma tarefa difícil em meio a tantas informações. Porém, estamos aqui para te ajudar nessa missão! Toda semana apresentaremos a vocês diferentes artistas do cenário independente que assim como nós vocês precisam ouvir. Hoje vamos falar da música intensa e autobiográfica do cantor e compositor Marcelo Maderah.

A vida do cantor e compositor Marcelo Maderah sempre foi um mar de rosas cheias de espinhos. Devido à dificuldade de seus pais em conseguir um emprego morou em diferentes lugares totalizando seis cidades de diferentes estados, mas foi graças a sua trajetória, repleta de momentos intensos, que compôs algumas de suas melhores músicas.

Durante a sua adolescência em Itararé, interior de São Paulo, conheceu Pedro Oller, um jovem músico que viria a ser um verdadeiro divisor de águas em sua vida, porém só aconteceria anos mais tarde.

Em 2017, Pedro Oller estava prestes a finalizar o curso de Produção Fonográfica na Fatec de Tatuí quando decidiu, junto a uma equipe de amigos, escolher um novo artista para a sua produtora, Make Sound & MusicCom o objetivo de produzir músicas de qualidade Pedro logo se lembrou de seu velho amigo Marcelo Maderah e resolveu fazer o convite. Para nossa sorte Maderah aceitou a proposta e o resultado você confere agora!

Aos fãs de Scalene e Legião Urbana, Marcelo Maderah é o rock que lhe faltava.

Ouça a música “Contrabaixo da Minha Cozinha”

O Começo

“Comecei a me interessar por música desde pequeno, muito cedo mesmo, logo comecei a escrever e ao longo da minha pré-adolescência e adolescência eu ouvi muito música, escrevi muita poesia, muitas músicas eram sobre tudo que eu vivia. Com dezoito anos fui pra Curitiba por minha conta e risco pra procurar oportunidades na música, mas não deu muito certo e eu acabei trabalhando de pedreiro. Eu sempre tive bandas de rock cover, mas nunca iam para frente e nesse período tive que ser super auto de data porque meus pais não pobres e nunca tiveram dinheiro para me dar um instrumento, então eu aprendi com os dos meus amigos. Sempre escrevi muito e sobre tudo, geralmente sentimentos, saudades, coisas assim. Depois de Curitiba eu acabei vindo para Palmas onde eu conheci nos integrantes da minha banda.

A luta precoce por independência

“No início eu não tive o apoio dos meus pais, tive que lutar pela minha independência e pela música desde muito, mas com o tempo eles perceberam que não era uma fase e que eu não iria desistir. Hoje está tudo muito claro entre nós e posso dizer que eles me apoiam moralmente, mas o meu primeiro violão eu tive com 20 anos e eu mesmo trabalhei e comprei, então isso, simbolicamente, representa que eles nunca aceitaram de forma natural, foi um respeito conquistado.”

A depressão

“Estava passando por uma depressão profunda, estava em um período de desilusão com a música. Voltar a tocar e montar minha banda me salvou e me deu ânimo para continuar, montamos a banda em 2016 e não paramos mais de compor e tocar. Em 2017 fui fazer faculdade de Publicidade em Lages (SC), mas novamente não me sentia bem. Eu comecei a ter ataques de pânico e parei de trabalhar e estudar, só ficava deitado, quando voltei para Palmas descobri que tinha transtorno maníaco depressivo, larguei tudo e voltei de vez para música.”

 

 

Referências

“Eu sempre me imaginei em cima do palco maquiado, sempre tive um flerte com o teatro e com o circo, minha imaginação é muito fértil. Eu amo o Kiss e amo O Teatro Mágico, adoro Secos e Molhados e Alice Cooper. Existe uma agonia em mim que quando eu estou caracterizado me transforma num ser um pouco mais livre.”

O Single

“Meu contato com o Pedro Oller voltou quando ele veio me convidar para gravar um single que foi “O Contrabaixo da minha cozinha”. Eu sempre compus sozinho em casa e nunca divulguei muito além das redes sociais, então ele propôs para que a gente gravasse a música. Fico emocionado de lembrar o quanto ele e a equipe se dedicaram, o Pedro refez os arranjos e transformou a música inteira. Eu não acreditava muito no meu potencial como artista, mas quando via os vídeos de making of e as palavras de incentivo e admiração da equipe comecei a sentir um orgulho muito grande pelo meu trabalho, então, quando lançamos o single decidimos dar um passo mais audacioso e gravar o EP.”

O EP

“Eu sempre amei as aventuras da vida, as experiências, sempre vivi muito intensamente e impulsivamente, e isso sempre teve suas consequências, a saudade, o adeus e a rejeição, são algumas. O nome do EP diz muito sobre ele o Ode ao Adeus é como uma reverência a todas as coisas que eu vivi e passei para o papel, mesmo que elas me causassem a dor do adeus. A música homônima ao nome do EP, na primeira estrofe, fala sobre um amor que aconteceu quando eu tinha 15 anos e a segunda estrofe, depois do refrão, fala desse mesmo amor que renasceu após cinco anos causando grandes conflitos e muito material de escrita. A música Contrabaixo da minha cozinha  fala sobre todos os amigos que eu fui deixando para trás nos lugares que passei.  A Insulto fala sobre como eu lido com tudo isso como eu lido com minhas escolhas, como me recupero das minhas quedas. Está tudo muito interligado nesse trabalho, é quase conceitual, pode se dizer que tudo que eu escrevo de alguma forma é conceitual.”

Atualmente, Marcelo mora com seus pais e trabalha durante todo o dia para que daqui a alguns meses consiga se mudar para São Paulo e trabalhar de perto com a produtora Make Sound & Music. Junto com o apoio da equipe, amigos e de muitos fãs que estão surgindo, Maderah deseja fazer uma turnê pelos bares da capital levando sua música que é pura verdade e poesia.

A autobiografia presente em suas letras diz muito sobre tudo que passou em sua vida e se assemelha as composições do cantor Renato Russo, assim como o timbre de sua voz. O carácter moderno dos arranjos contrasta com as letras, mas sem que as prejudique. O uso de sintetizadores, dobras vocais e riffs de guitarra contribuem para a imersão do ouvinte na trajetória de Maderah.

 

O que os fãs podem esperar de você para os próximos meses?

“Sobre o EP os fãs podem esperar muita poesia e eruditismo são músicas com letras que podem ter várias interpretações diferentes. Eu e a Make Sound & Music estamos preparando muito material novo e também muitos shows pra que cada vez mais as pessoas possam conhecer meu trabalho. Em breve, com muito esforço, pé no chão, muita verdade e poesia, daremos cada vez passos mais largos. Estamos preparando também os lyric videos das músicas e a médio prazo poderemos lançar clipes.”

Que suas experiências continuem se transformando em boas músicas, afinal é como você disse: o rock agoniza, mas não morre!

Ouça o EP “Odeo Ao Adeus” no Spotifty:

 

Direitos reservados. Desenvolvido por Lucas Mantoani.