A cena atual do rap não se restringe apenas aos ritmos do hip hop. Prova disso são os trabalhos do grupo 3030, que misturam diversos ritmos como samba, mpb, black music e bossa nova.
O grupo de rap carioca com raízes baianas, teve seu último álbum, “Alquimia”, lançado mês passado, contendo 12 faixas, 4 delas com videoclipe. O projeto reuniu artistas renomados, como MV Bill, Emicida e Rodrigo Cartier, além da colaboração de outros grandes músicos, Arthur Verocai, Pretinho da Serrinha, Marlon Sette e Alberto Continentinosão.
Os clipes foram lançados aos poucos e o último, da música “Febre de Mudança”, com participação de Emicida, está fresquinho. Também foi produzido um acústico dessa faixa e uma série chamada “Os Alquimistas estão chegando”, que conta os bastidores de alguns shows do grupo em turnê pelo novo disco.
A primeira faixa “Introdução Alquímica” fala um pouco sobre o tema que deu nome ao álbum e o porquê dessa escolha:
“Alquimia é o conhecimento pra acessar o todo/Acessar o plano espiritual/Sem se prender a qualquer divisão religiosa”
A música “Mistério das Estrelas” também aborda a questão da espiritualidade e cita pontos como templos do Egito, carma, reencarnação e inconsciente coletivo. Assim como todos os trabalhos do trio, o projeto une assuntos críticos aos românticos, como as canções, produzidas com Rodrigo Cartier, “Minha Calma” e “Desde o Início”, que tem temas menos fortes e uma pegada mais melódica.
A escolha do grupo de tratar de assuntos mais sérios vem desde sua criação. Apesar do rap americano mainstream de Kendrick Lamar e Eminem fazerem parte das referências do 3030, eles preferem se manter distante do gangsta rap e suas letras sobre mulheres tratadas como objeto, diamantes e carrões.
“A gente não curte essa onda de ostentação. Começamos no rap para falar sobre coisas relevantes. Queremos fazer os jovens refletirem, e não falarem sobre cordão de ouro e carros”, diz Rod.
O álbum está disponível em todas as plataformas digitais.